domingo, dezembro 19

Entrevista de D. Duarte Pio, Duque de Bragança (Video)


Discordar de opiniões significa liberdade de pensamento e expressão que, esclareça-se, nem sempre houve, tanto na vigência da monarquia como da república.
Permito-me discordar de uma opinião emitida por Sua Alteza Real D. Duarte Pio, Duque de Bragança, na entrevista de Manuel Luís Goucha.
Antecipadamente esclareço que, pessoalmente, preferiria que em Portugal, em vez de um Presidente da República, amorfo, partidário, houvesse uma monarquia constitucional, interveniente, representativa, ou seja, com um representante directo da nossa origem quase milenar como nação, reconhecidamente apartidário. Neste nosso caso um Rei, D. Duarte, vindo da casa Real de Bragança.
Não foi pacífica nem digna a passagem da Monarquia, já parlamentar, para a República que não nos trouxe nada de novo, nem melhoria social que antes não tivéssemos tido. Para não falar do caos que foi a 1ª República. 
Para quem não sabe história é bom esclarecer que o ultimato Inglês (Mapa Cor-de-Rosa) foi a derradeira consequência do nefasto acontecimento do Terreiro do Paço (o regicídio) e que D. Sebastião carrega no seu halo a culpa indelével do seu desatino.
Quanto muito devemos aos ingleses?!... O tratado de Methuen ou Tratado dos Panos e Vinhos, de  27 de Dezembro de 1703, que Pombal soube ardilosamente contrariar mas, cujo preço pagou bem alto e, com ele, terminou o absolutismo em Portugal. Ah! talvez o orgulho de termos sido os primeiros com o mais antigo tratado, o de Windsor assinado em Maio de 1386 após os ingleses lutarem ao lado da Casa de Avis na batalha de Aljubarrota,  mas, depois, para sempre ficámos subjugados ao império inglês e ao esbulho, após as invasões napoleónicas. 
Voltando à entrevista, não concordo que a educação sexual seja um conceito familiar e não uma matéria curricular; da mesma forma que não se pode exigir a um progenitor que tenha que dominar a matemática para ensinar os seus filhos e, quando nos referimos à matemática podemo-nos referir a qualquer outra disciplina. Excluo da escola as escolhas religiosas. Essas sim, são opções exclusivamente do circulo familiar e de origem cultural.  
Os pais só podem transmitir aos filhos aquilo que lhes foi ensinado e que aprenderam...!
Outro pormenor: seria óptimo que um país, Portugal, pudesse permitir que todos os seus cidadãos exercessem uma profissão compatível com as suas verdadeiras e pessoais aptidões e que cada um fosse o melhor artífice a exercer a sua obrigação profissional e de cidadania. Seriamos sem dúvida um País não tão referido como periférico e tardio, esquecidamente afastado do Atlântico. Permito-me também opinar que erotismo e pornografia são conceitos actuais, em discussão, (Sigmund Freud) embora concorde plenamente que a educação sexual devesse ser ministrada apenas por professores experientes, exímios na matéria. A escola, digo, o ensino, de discurso político dito "minha paixão" passaria à realidade, à construção de uma sociedade de futuro, já tardia, enredada em consecutivas purgas, conflitos partidários e ministeriais, enfáticos. 
Quanto à monarquia representativa, se existisse, talvez não ouvíssemos agora dos iluminados republicanos socialistas que o país tem que se virar para o Atlântico, para a exportação. Ironicamente, só agora? por que não antes?! nos conceitos - pós ou pró - abrilistas nunca foi necessário a não ser, noutro tempo, o do Estado Novo, nas décadas dos anos cinquenta e sessenta quando o atlantismo foi uma realidade. Não ouviríamos, agora, da mesma forma as denúncias escandalosas de corrupção, nem tampouco que o povo, actualmente, considera os políticos, os “profissionais” mais corruptos neste "País à Beira-Mar Plantado"; nem que… por causa de dois submarinos novos, obviamente necessários à realidade atlântica, protesto emergente dos iluminados de agora, se invoque o descalabro económico em que o país submergiu, culpando-se em tudo e do nada o colapso económico. E os escândalos BPN, BCP, etc...etc...etc...? Esqueçamos... são todos inocentes!
E... por que será, que, como sempre, em vésperas de eleições se lembram do assassinato de Sá Carneiro e Amaro da Costa? Porque tudo aqui é tardio, a história um dia, se encarregará de fazer justiça aos traidores "vivos" que venderam Portugal.      
Quanto ao demais, da entrevista, considero que a arte cénica jamais pode ser catalogada por exibir “cenas eventualmente escabrosas” ou então, simplesmente, não existiria desde a antiguidade grega, passando por Shakespeare até à actualidade da sétima arte.

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