sexta-feira, janeiro 14

A COR PÚRPURA


O termo púrpura ou roxo atribui-se a um leque de tons entre o vermelho e o azul, obtém-se misturando essas duas cores primárias. Não há consenso em relação aos tons que podem ser considerados púrpura, preferindo algumas pessoas referir-se a magenta - uma cor pigmento primária e cor luz secundária - resultado da mistura das luzes azul e vermelha cuja cor complementar é o verde. A cor é também chamada de fúchsia ou fúcsia, devido à planta com o mesmo nome.

Uma diferença de sensibilidade ao vermelho e ao azul a nível da retina, que varia de indivíduo para indivíduo e pode causar discórdia.
Púrpura é por vezes confundida com a cor espectral mais facilmente definível, o violeta.
Na teoria da cor, púrpura é definida como qualquer cor não espectral entre violeta e vermelho.
Na pintura, púrpura, é a cor entre magenta e violeta, com todos os matizes e tons.

A púrpura tíria, também púrpura de Tiro ou púrpura de Tiro; em grego: πορφύρα, porphyra; em latim: púrpura é uma tinta natural de coloração vermelho-púrpura, extraída de caramujos marinhos, e que provavelmente foi produzida pela primeira vez pelos antigos fenícios.
Por séculos, a cor púrpura, era obtida através de algumas espécies de molusco nativos do Mar Mediterrânico, o que causou extinção de algumas delas. Pela dificuldade da sua obtenção e alto preço. Púrpura, um dos mais importantes e mais caros pigmentos naturais da Antiguidade era preparado com tintas extraídas de vários moluscos, incluindo murex brandaris e púrpura do acavus haemostoma encontrados na costa do Mediterrâneo, do Atlântico e na orla costeira das Ilhas Britânicas.

Quantidades enormes destes moluscos eram usadas para tingir tecidos e ainda são encontradas pilhas das cascas de moluscos em alguns sítios históricos da costa grega.
A secreção do molusco está contida dentro de uma pequena veia ou cisto, um saco fechado contendo uma membrana biológica que, quando quebrada ou partida pela mão, segrega um fluido branco. Os tecidos eram banhados neste fluido branco e postos a secar ao sol, o que fazia aparecer a tintura púrpura brilhante.
Os diferentes tons dependem do tipo de molusco e o tipo de excreção do fluido branco. Segundo Plínio, o melhor pigmento era extraído em Tiro, no Mediterrâneo Oriental, e era a cor utilizada nas vestes reais romanas, cor que até aos dias de hoje simboliza realeza.
A púrpura foi sem dúvida o corante de maior renome e mais caro de todos os corantes antigos. Era um símbolo de riqueza e distinção. Na Roma antiga só o imperador tinha o direito de a usar.
O imperador Nero chegou a punir com a morte o seu uso. O corante era produzido a partir de espécies de um molusco do género Murex. Cada espécie do molusco dava a sua variedade de púrpura.
Já antes os fenícios obtinham o pigmento da cor púrpura de algumas espécies de moluscos gastrópodes também do género Murex, uma das espécies que se comem em Espanha com o nome «cañadilla» ou «cañaílla»; em Portugal com o nome de "burrié" ou "búzio" 
Em Tiro, a púrpura mais apreciada era extraída da espécie Murex Brandaris. Na cidade de Sídon a espécie Murex Trunculus era fonte de uma púrpura cor de ametista.

O pigmento está presente numa secreção mucosa produzida pela glândula hipocondrial situada junto do tracto respiratório. Esta secreção é incolor enquanto fresca mudando de cor quando exposta ao sol, passando pelo amarelo, em seguida pelo verde e só depois surgindo a cor púrpura característica.
O método geral de produção do corante consistia em esmagar os moluscos inteiros, ou abri-los e retirar a glândula, em seguida salgar essa massa durante três dias e finalmente ferver o conjunto em água durante dez dias com urina. O resultado dava uma solução clara, concentrada, do corante. Os restos da carne do molusco eram separados por decantação.
O tecido era mergulhado na solução do corante e em seguida posto ao sol para que a cor aparecesse, embora ficasse com um odor característico que hoje se consideraria repugnante.

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