domingo, dezembro 19

Entrevista de D. Duarte Pio, Duque de Bragança (Video)


Discordar de opiniões significa liberdade de pensamento e expressão que, esclareça-se, nem sempre houve, tanto na vigência da monarquia como da república.
Permito-me discordar de uma opinião emitida por Sua Alteza Real D. Duarte Pio, Duque de Bragança, na entrevista de Manuel Luís Goucha.
Antecipadamente esclareço que, pessoalmente, preferiria que em Portugal, em vez de um Presidente da República, amorfo, partidário, houvesse uma monarquia constitucional, interveniente, representativa, ou seja, com um representante directo da nossa origem quase milenar como nação, reconhecidamente apartidário. Neste nosso caso um Rei, D. Duarte, vindo da casa Real de Bragança.
Não foi pacífica nem digna a passagem da Monarquia, já parlamentar, para a República que não nos trouxe nada de novo, nem melhoria social que antes não tivéssemos tido. Para não falar do caos que foi a 1ª República. 
Para quem não sabe história é bom esclarecer que o ultimato Inglês (Mapa Cor-de-Rosa) foi a derradeira consequência do nefasto acontecimento do Terreiro do Paço (o regicídio) e que D. Sebastião carrega no seu halo a culpa indelével do seu desatino.
Quanto muito devemos aos ingleses?!... O tratado de Methuen ou Tratado dos Panos e Vinhos, de  27 de Dezembro de 1703, que Pombal soube ardilosamente contrariar mas, cujo preço pagou bem alto e, com ele, terminou o absolutismo em Portugal. Ah! talvez o orgulho de termos sido os primeiros com o mais antigo tratado, o de Windsor assinado em Maio de 1386 após os ingleses lutarem ao lado da Casa de Avis na batalha de Aljubarrota,  mas, depois, para sempre ficámos subjugados ao império inglês e ao esbulho, após as invasões napoleónicas. 
Voltando à entrevista, não concordo que a educação sexual seja um conceito familiar e não uma matéria curricular; da mesma forma que não se pode exigir a um progenitor que tenha que dominar a matemática para ensinar os seus filhos e, quando nos referimos à matemática podemo-nos referir a qualquer outra disciplina. Excluo da escola as escolhas religiosas. Essas sim, são opções exclusivamente do circulo familiar e de origem cultural.  
Os pais só podem transmitir aos filhos aquilo que lhes foi ensinado e que aprenderam...!
Outro pormenor: seria óptimo que um país, Portugal, pudesse permitir que todos os seus cidadãos exercessem uma profissão compatível com as suas verdadeiras e pessoais aptidões e que cada um fosse o melhor artífice a exercer a sua obrigação profissional e de cidadania. Seriamos sem dúvida um País não tão referido como periférico e tardio, esquecidamente afastado do Atlântico. Permito-me também opinar que erotismo e pornografia são conceitos actuais, em discussão, (Sigmund Freud) embora concorde plenamente que a educação sexual devesse ser ministrada apenas por professores experientes, exímios na matéria. A escola, digo, o ensino, de discurso político dito "minha paixão" passaria à realidade, à construção de uma sociedade de futuro, já tardia, enredada em consecutivas purgas, conflitos partidários e ministeriais, enfáticos. 
Quanto à monarquia representativa, se existisse, talvez não ouvíssemos agora dos iluminados republicanos socialistas que o país tem que se virar para o Atlântico, para a exportação. Ironicamente, só agora? por que não antes?! nos conceitos - pós ou pró - abrilistas nunca foi necessário a não ser, noutro tempo, o do Estado Novo, nas décadas dos anos cinquenta e sessenta quando o atlantismo foi uma realidade. Não ouviríamos, agora, da mesma forma as denúncias escandalosas de corrupção, nem tampouco que o povo, actualmente, considera os políticos, os “profissionais” mais corruptos neste "País à Beira-Mar Plantado"; nem que… por causa de dois submarinos novos, obviamente necessários à realidade atlântica, protesto emergente dos iluminados de agora, se invoque o descalabro económico em que o país submergiu, culpando-se em tudo e do nada o colapso económico. E os escândalos BPN, BCP, etc...etc...etc...? Esqueçamos... são todos inocentes!
E... por que será, que, como sempre, em vésperas de eleições se lembram do assassinato de Sá Carneiro e Amaro da Costa? Porque tudo aqui é tardio, a história um dia, se encarregará de fazer justiça aos traidores "vivos" que venderam Portugal.      
Quanto ao demais, da entrevista, considero que a arte cénica jamais pode ser catalogada por exibir “cenas eventualmente escabrosas” ou então, simplesmente, não existiria desde a antiguidade grega, passando por Shakespeare até à actualidade da sétima arte.

quinta-feira, dezembro 16

HEDONÉ

O HEDONISMO EPICURISTA   
              Epicuro, fundador da escola que tomou o seu nome, nasceu em Atenas, provavelmente, em 341 a.C., do ateniense Néocles, e foi criado em Samos. A mãe praticava a magia. Cedo dedicou-se à filosofia, sendo iniciado por Nausífanes de Teo no sistema de Demócrito. Em 306 abriu a sua famosa escola em Atenas, nos jardins da sua vila, que se tornaram centro das reuniões aristocráticas dos seus admiradores, discípulos e amigos. Epicuro expôs a sua doutrina num grande número de escritos, pela maior parte perdidos. Faleceu em 270 a.C. com setenta anos de idade. O epicurismo teve, desde logo, rápida e vasta difusão no mundo romano, onde encontramos, sobretudo, Tito Lucrécio Caro - I século a.C. - o poeta entusiasta, autor de De rerum natura, que venerava Epicuro como uma divindade. A ele devemos as melhores notícias sobre o sistema epicurista. A escola epicurista durou até o IV século d.C., mas teve escasso desenvolvimento, conforme o desejo do mestre, que queria os discípulos fiéis até à letra do sistema. A originalidade deveria manifestar-se na vida.
Epicuro foi pessoa fidalga e refinada, o ideal da fidalguia antiga: fazer da formosura o princípio inspirador da vida e fruir dessa formosura na própria existência pessoal. Foi um mestre eficaz de sabedoria aristocrática, feita de nobreza de sentimentos, senso refinado, gosto para a formosura, para a cultura superior. Nos seus jardins, num sereno lazer, semelhante ao dos deuses, deu vida a uma sociedade genial, em que dominava o vínculo da amizade. As amizades dos epicuristas ficaram famosas como as dos pitagóricos. A associação espalhou-se depois, mas conservou-se fortemente organizada, mediante uma estável constituição, ajudas materiais, cartas, missões. O mestre pareceu aos discípulos como que um redentor; a sua filosofia foi considerada como uma religião, a sua doutrina, resumida em catecismos, a sua imagem, gravada nas jóias, em sua honra celebravam-se festas comemorativas, mensais e anuais. Se não houve pensadores epicuristas notáveis depois de Epicuro no mundo clássico nem depois, houve todavia, em todos os tempos e lugares, homens famosos, pertencentes às classes sociais elevadas, que aplicassem a sua doutrina à vida e dela fizessem a substância da sua arte.
O Pensamento: Gnosiologia e Metafísica
Também o epicurismo, como o estoicismo, divide a filosofia em lógica, física e ética; também subordina a teoria à prática, a ciência à moral, para garantir ao homem o bem supremo, a serenidade, a paz, a apatia. A filosofia é a arte da vida. Precisamente, é tarefa do conhecimento do mundo, da física - diz Epicuro - libertar o homem dos grandes temores que ele tem a respeito da sua vida, da morte, do além-túmulo, de Deus e fazer com que ele actue de conformidade. Portanto, recorre Epicuro à física atomista, mecanicista, democritiana, pela qual também os Deuses vêm a ser compostos de átomos, e - habitadores felizes de intermundos - desinteressam-se por completo dos homens. Aliás, não é excluído o facto de que a necessidade universal oprimiria o homem ainda mais do que o arbítrio divino. Igualmente, a alma - formada de átomos subtis, mas sempre materiais - perece com o corpo; daí, nenhuma preocupação com a morte, nem com o além-túmulo: seria igualmente absurdo preocupar-se com aquilo que se segue à morte, como com aquilo que precede o nascimento.
A gnosiologia (lógica, canónica) epicurista é rigorosamente sensista. Todo o nosso conhecimento deriva da sensação que é uma complicação de sensações. Estas nos dão o ser, indivíduo material, que constitui a realidade originária. O processo cognoscitivo da sensação é explicado mediante os assim chamados fantasmas, que seriam imagens em miniatura das coisas, arrancar-se-iam destas e chegariam até à alma imediatamente, ou mediatamente através dos sentidos. Dada tal gnosiologia coerentemente sensista, é natural que o critério fundamental e único da verdade seja a sensação, a percepção sensível, que é imediata, intuitiva, evidente. Como a sensação, a evidência sensível é o único critério de verdade no campo teorético, da mesma forma o sentimento (prazer e dor) será o critério supremo de valor no campo prático.
Como a gnosiologia epicurista é rigorosamente sensista, a metafísica epicurista é rigorosamente materialista: quer dizer, resolve-se numa física. Epicuro, seguindo as pegadas de Demócrito, concebe os elementos últimos constitutivos da realidade como corpúsculos inúmeros, eternos, imutáveis, invisíveis, homogêneos, indivisíveis (átomos), iguais qualitativamente e diversos quantitativamente - no tamanho, na figura, no peso. Também segundo Epicuro, os átomos estão no espaço vazio, infinito, indispensável para que seja possível o movimento e, consequentemente, a origem e a variedade das coisas. Os átomos são animados de movimento necessário para baixo. Entretanto, no movimento uniforme rectilíneo para baixo introduz Epicuro desvios múltiplos, sem causa, espontâneos (clinamen); daí derivam encontros e choques de átomos e, por conseqüência, os vórtices e os mundos. Estes, de fato, não teriam explicações se os átomos caíssem todos com movimentos uniforme e rectilíneos para baixo - como pensava Demócrito. Mediante o clinamen Epicuro justifica ainda o livre arbítrio, que é uma simples combinação da contingência, do indeterminismo universal. O universo não é concebido como finito e uno, mas infinito e resultante de mundos inúmeros divididos por intermundos, espalhado pelo espaço infindo, sujeitos ao nascimento e à morte. Nesse mundo o homem, sem providência divina, sem alma imortal, deve adaptar-se para viver como melhor puder. Nisto estão toda a sabedoria, a virtude, a moral epicuristas.
A Moral e a Religião
A moral epicurista é uma moral hedonista. O fim supremo da vida é o prazer sensível; critério único de moralidade é o sentimento. O único bem é o prazer, como o único mal é a dor; nenhum prazer deve ser recusado, a não ser por causa de consequências dolorosas, e nenhum sofrimento deve ser aceite, a não ser em vista de um prazer, ou de nenhum sofrimento menor. No epicurismo não se trata, portanto, do prazer imediato, como é desejado pelo homem vulgar; trata-se do prazer imediato, reflectido, avaliado pela razão, escolhido prudentemente, sabiamente, filosoficamente. É mister dominar os prazeres, e não se deixar por eles dominar; ter a faculdade de gozar e não a necessidade de gozar. A filosofia toda está nesta função prática. Este prazer imediato deveria ficar sempre essencialmente sensível, mesmo quando Epicuro fala de prazeres espirituais, para os quais não há lugar no seu sistema, e nada mais seriam que complicações de prazeres sensíveis. O prazer espiritual diferenciar-se-ia do prazer sensível, porquanto o primeiro se estenderia também ao passado e ao futuro e transcende o segundo, que é unicamente presente. Verdade é que Epicuro mira os prazeres estéticos e intelectuais, como os mais altos prazeres. Aqui, porém, se ele faz uma afirmação profunda, está certamente em contradição com a sua metafísica materialista.
Em que consiste, afinal, esse prazer imediato, reflectido, racionado? Na satisfação de uma necessidade, na remoção do sofrimento, que nasce de exigências não satisfeitas. O verdadeiro prazer não é positivo, mas negativo, consistindo na ausência do sofrimento, na quietude, na apatia, na insensibilidade, no sono, e na morte. Mas precisamente ainda, Epicuro divide os desejos em naturais e necessários - por exemplo, o instinto da reprodução; não naturais e não necessários - por exemplo, a ambição. O sábio satisfaz os primeiros, quando for preciso, os quais exigem muito pouco e cessam apenas satisfeito; renuncia os segundos, porquanto acarretam fatalmente inquietação e agitação, perturbam a serenidade e a paz; mas ainda renuncia os terceiros, pelos mesmos motivos. Assim, a vida ideal do sábio, do filósofo, que aspira a liberdade e à paz como bens supremos, consistiria na renúncia a todos os desejos possíveis, aos prazeres positivos, físicos e espirituais; e, por conseguinte, em vigiar-se, no precaver-se contra as surpresas irracionais do sentimento, da emoção, da paixão. Não sofrer no corpo, satisfazendo suas necessidades essenciais, para estar tranquilo; não ser perturbado no espírito, renunciando a todos os desejos possíveis, visto ser o desejo inimigo do sossego: eis as condições fundamentais da felicidade, que é precisamente liberdade e paz.
Na realidade, Epicuro, se ensina a renúncia, não tem a coragem de ensinar a renúncia aos prazeres positivos espirituais, estéticos e intelectuais, a amizade genial, que representa o ideal supremo na concepção grega da vida. E sustenta isto em contradição com a sua ascética radical, bem como contradiz a sua metafísica materialista com a sua moral, que encontra precisamente a mais perfeita realização nestes bens espirituais. O mundo e a vida são um espectáculo: melhor é ser espectadores e actores, melhor é conhecer do que agir. No entanto, o bem espiritual não consiste unicamente na contemplação (cfr. a virtude dianoética de Aristóteles), mas também na acção (cfr. a virtude ética de Aristóteles), e precisamente em uma vida curta e refinada, esteticamente, a maneira grega, no isolamento do mundo, do vulgo, na unidade da amizade, na conversa arguta e delicada: numa palavra, vivendo ocultamente. É de facto, nos jardins de Epicuro, a vida se inspirava nos mais requintados costumes, preenchida com as mais nobres ocupações - como na Academia e no Liceu. Almejava, no entanto, dar uma unidade estética e racional à vida, mais do que ao mundo. O epicurismo, portanto, considerado vulgarmente como propulsor de devassidão e sensualidade, representa, inversamente, uma norma de vida ordinária e espiritual, até um verdadeiro pessimismo e ascetismo, praticamente ateu.
A serenidade do sábio não é perturbada pelo medo da morte, pois todo mal e todo bem se acham na sensação, e a morte é a ausência de sensibilidade, portanto, de sofrimento. Nunca nos encontraremos com a morte, porque quando nós somos, ela não é, quando ela é nós não somos mais, Epicuro, porém, não defende o suicídio que poderia justificar com maior razão do que os estóicos.
Dado este conceito da vida concebida como liberdade, paz e contemplação, é natural que Epicuro seja hostil ao matrimónio e à família, aliás geralmente desvalorizado no mundo grego. Epicuro é também hostil à actividade pública, à política considerando a família e a pátria como causas de agitações e inimigos da autarquia.
Não obstante o seu materialismo teórico e o seu ateísmo prático, Epicuro admite a divindade transcendente, diversamente do imanentismo estóico. A prova da existência da divindade estaria no facto de que temos na mente humana a sua ideia, que não pode ser senão cópia da realidade. Os fantasmas dos deuses proviriam dos próprios deuses - como os fantasmas de todas as outras coisas - desceriam até nós dos intermundos, especialmente durante o sono. Os deuses de Epicuro são muitos, constituídos de átomos etéreos, subis e luzentes, dotados de corpos luminosos, tendo forma humana belíssima, imortais - diversamente dos deuses estóicos - beatos, contemplados - segundo ideal grego da vida - sempre acordados e sentados em jovial convívio, sorvendo ambrósia, conversando em grego! Mas - como as ideias transcendentes de Platão e acto puro de Aristóteles - não actuam sobre o mundo e a humanidade, para não serem contaminados, perturbados. Vivem, portanto, fora do mundo e dos mundos, nos espaços entre mundo e mundo, na beata solidão dos intermundos, escapando destarte à fatal destruição dos mundos. É uma teologia refinada de ateniense e de artista, que vive no mundo de estátuas divinas, encarnando na serenidade do mármore o ideal grego contemplativo e estético da vida.
Epicuro venera os deuses, não para receber auxílio, mas porque eles encarnam o ideal estético grego da vida, ideal que tem uma expressão concreta precisamente nas belas divindades do panteão helénico. Então, se os deuses não proporcionam ao homem nenhuma vantagem prática, proporcionam-lhe contudo o bem da elevação, que importa na contemplação do ideal. É preciso venerá-los para imitá-los. Deste modo, Epicuro, proclamado ateu, teria praticado - entre os limites impostos pelo pensamento grego e pelo seu pensamento - o mal da religião, uma religião desinteressada, uma espécie de puro amor de Deus dos ascetas e dos místicos.
Cepticismo e Ecletismo
O cepticismo apresenta-se mais coerente do que as escolas precedentes, especialmente do que o estoicismo, com os fins práticos de uma filosofia da renúncia, da indiferença, do sossego. É o cepticismo a última palavra da sabedoria antiga, desesperada por não ter podido resolver o problema da vida mediante a razão. O estoicismo procura realizar a apatia ainda mediante uma metafísica positiva, embora imperfeita, incoerente. O epicurismo tende a realizar o mesmo fim com uma metafísica negativa, negando todo absoluto e transcendente. O cepticismo visa sempre um fim último ético ascético, sem qualquer metafísica, mesmo negativa.
Através da mais absoluta indiferença, prática e teorética, procura-se realizar finalmente tão almejada paz. A felicidade não é mais uma coisa positiva, nem está no saber e não se pode alcançar mediante o saber, mas pode ser alcançada unicamente negando o saber. Chega-se, destarte, à destruição de todos os valores. Substancialmente, a grande metafísica platônico-aristotélica é posta de lado, mas não é atacada pelo cepticismo. Persiste nos cépticos uma fé nostálgica e realista e o conceito da objectividade da ciência: o ser, o objecto, existem, mas não se podem conhecer por falta de meios. Diz Argesilau: "Deus unicamente conhece a verdade, que é inacessível ao homem".
O cepticismo clássico começa com Pirro de Elis (365-275 a.C., mais ou menos), cuja escola terminou pouco depois do seu discípulo Timon. Encarna-se na média academia com Argesilau e Carnéades. E, enfim, surge de novo na forma pirroniana com Enesidemo e Sexto Empírico, em princípios da era vulgar. O cepticismo critica o conhecimento sensível, bem como o intelectual, e também a opinião. A primeira escola céptica serve-se, geralmente, do relativismo sofista; a segunda afirma-se de modo original graças a Carnéades; a terceira, de tendência pirroniana, faz uso da dialéctica eleática, da tese e da antítese.
O ecletismo apresenta-se como um sistema afim, embora imensamente inferior ao cepticismo. Também o ecletismo, como o cepticismo, substitui ao critério da verdade o da verosimilhança, embora acriticamente. O nem dos cépticos é mudado em e pelos ecléticos; se nada é verdadeiro, tudo vale igualmente. E isto basta aos fins ético empíricos dos ecléticos, semelhantes e diversos ao mesmo tempo dos fins éticos ascéticos dos cépticos. É o ecletismo filosofia de espíritos pragmáticos ou decadentes, não filosóficos, que concebem a filosofia popularmente moral ou não têm a força da crítica, nem a da afirmação, que implica sempre numa crítica, pois a filosofia é escolha, construção, sistema, organismo especulativo, e não justaposição mecânica de peças sem vida.
O advento de uma semelhante filosofia foi favorecido pela permanência e pela coexistência, no período helenista e depois ainda, de várias escolas filosóficas, que surgiram em tempos diferentes, e por demais despersonalizadas, esvaziadas do seu conteúdo original, característico - como acontece nos períodos de decadência especulativa - de sorte que se torna fácil a síntese eclética, feita de abstractas generalidades ou de particularidades secundárias. O pragmatismo eclético foi, enfim, favorecido pelo contacto do pensamento grego com a romanidade dominante, inteiramente voltada para a prática e para a acção, cuja grande obra, portanto será não a filosofia, e sim o justo (o direito).
O ecletismo apresenta-se como uma síntese prática ou, melhor ainda, como uma suma de elementos estóicos, académicos e também peripatéticos. Contém muito menos elementos cépticos e epicuristas, dada a natureza crítica do cepticismo, e a coerência materialista do epicurismo. Temos precisamente, em ordem cronológica, um ecletismo estóico, depois académico e, enfim, peripatético, segundo os elementos de uma ou de outra escola na síntese prática do próprio ecletismo.
DEDICATÓRIA: Este texto é oferecido à minha ex-professora de filosofia, Drª Fernanda Fernandes a quem atribuo a responsabilidade do conhecimento.
 

terça-feira, novembro 30

MACHISMO / FEMINISMO / IGUALDADE DE DIREITOS


Machismo ou chauvinismo masculino é a crença androgénica de que os homens são superiores às mulheres.
A palavra "chauvinista" foi originalmente usada para descrever alguém fanaticamente leal ao seu país, mas a partir do movimento de libertação da mulher, nos anos 60, passou a ser usada para descrever os homens que mantêm a crença na inferioridade da mulher. No espaço lusófono, a expressão "chauvinista masculino" ou, simplesmente, "chauvinista" também é utilizada, mas "machista" é a expressão mais usual.
É bastante comum a ideia de que o feminismo é um equivalente directo ao machismo, o que é um equivoco, já que a filosofia que apregoa a "superioridade feminina" é chamada de “femismo”, palavra pouco conhecida, o que frequentemente gera confusões, já que muitos ainda preferem referir, erroneamente, esta filosofia como o próprio feminismo, porém, numa vertente radicalizada de androfobia.
A teoria feminista é uma extensão do feminismo para os campos teóricos ou filosóficos, e abrange obras numa série de disciplinas, que incluem a antropologia, a sociologia, economia, estudos femininos, crítica literária, história da arte, psicanálise e filosofia. A teoria feminista tem como meta compreender a desigualdade entre os sexos e mantém o seu foco nas políticas relacionadas aos mesmos, às relações de poder e à sexualidade, ao mesmo tempo que fornece uma crítica destas relações sociais e políticas. A maior parte da teoria feminista visa a promoção dos interesses e direitos das mulheres. Entre os temas explorados pela teoria feminista estão a discriminação estereotipada, objectualização, especialmente a sexual, a opressão e o patriarcado.
A feminista e crítica literária americana Elaine Showalter descreve o desenvolvimento em fases da teoria feminista; ela chama a primeira fase de "crítica feminista", na qual a leitora feminista examina as ideologias por trás dos fenómenos literários; a segunda ela chama de "ginocrítica", na qual a "mulher é a produtora de significado textual", incluindo "a psicodinâmica da criatividade feminina, a linguística e o problema de uma língua feminina, a trajectória da história e da carreira literária feminina, individual ou colectiva." A última fase é chamada por ela de "teoria do género", na qual a "inscrição ideológica e os efeitos literários do sistema de sexo/géneros" são explorados.  
A académica Toril Moi criticou este modelo, que viu como um modelo essencial e determinista para a subjectividade feminina, que não consegue levar em conta a situação das mulheres fora do Ocidente, mais precisamente nos países islâmicos.
Vai demorar alguns anos até que a mulher possa assumir globalmente o seu direito à igualdade que é ainda uma questão arraigada, pontualmente, à religiosidade e à cultura. Nas suas diferenças fisiológicas o homem e a mulher completam-se, na sua vertente individual (hetero/homo) interagem colectivamente na formação de uma sociedade activa, justa, sem dissemelhanças nos seus inquestionáveis direitos, nas suas capacidades intelectuais e de género. Virá o dia em que os conceitos "machista" e "feminista" deixarão de ter significado por se tornarem obsoletos.
   

sábado, novembro 20

NATO-OTAN E A ACTUAL DIVISÃO DO MUNDO DO SEC. XXI


Acabou a cimeira de Lisboa e já todos os governantes presentes regressaram aos seus respectivos países em boa segurança.
Depois de todos os receios fundados de ataques terroristas e distúrbios violentos, comparativamente às manifestações habituais contestatárias a que o mundo já se habituou a ver, em directo, noutros países em idênticas ocasiões, agora tudo correu sem atropelos e dentro da relativa normalidade.

Todo o sistema de alta segurança foi activado e, sem dúvida, as forças de segurança portuguesas estão no topo da evidência; os serviços secretos, fronteiras, polícias, marinha e força aérea, devem ser homenageados. Não é a primeira vez que o demonstram e por isso aqui vai: parabéns…! Parece que somos eficientes na segurança interna e na diplomacia externa com o tal chamado jogo de cintura. 

Quanto às perspectivas de futuro, ainda subsistem muitas e grandes dúvidas:

A NATO foi uma criação do após segunda guerra mundial que ficou a cargo dos Estados Unidos, durante a guerra fria e até para além da queda do muro de Berlim, mas agora era, sem dúvida, necessário reformular a sua estratégia e actividade militar conjunta de intervenção rápida antiterrorista, controlo do ciberespaço, bem como o seu posicionamento político - países da União Europeia - face à actual situação económica e geopolítica, nomeadamente no Iraque e Afeganistão; foi estabelecida uma meta de ocupação militar "Nato" até 2014, mas o treino policial e militar dos afegãos é muito problemático devido ao seu estado generalizado de analfabetismo. Suspeita-se que em quatro ou cinco anos não se consiga estabelecer uma força afegã capaz de combater as forças bem armadas dos extremistas talibans e al-qaeda que continuam a ter apoios estranhos.      
Os estados Unidos e a Rússia ainda não ratificaram o último acordo START do passado 8 de Abril em Praga, mas Obama perdeu pontos na Câmara dos Representantes e agora vai ter que renegociar com os democratas republicanos do círculo Bush e alguns senadores do "contra" do seu próprio partido;

Dmitri Medvedev deixou bem claro que é situação incondicional para a pretendida "colaboração russa", discutida na cimeira, quanto à colocação da linha defensiva antimíssil. Para além disso, a Europa vai ter que encontrar uma plataforma interna de percepção, nomeadamente aos desentendimentos e controlo mediterrânico: Espanha (Gibraltar) / Eta ; Turquia / Chipre, sem falar no Mar do Norte, Irlanda (IRA) e Inglaterra.
É bem melhor a gente ver tentativas preventivas de entendimento do que procurar solucionar conflitos bélicos como foram os do Kosovo e da Bósnia.
A ausência da América Latina foi evidente e todos esses acordos têm que se estender inevitavelmente ao Atlântico Sul e Pacífico, mas colocar ingleses e argentinos, brasileiros, colombianos, bolivianos e venezuelanos na mesma mesa tem, de certo modo, alguma dificuldade, bem como a Alemanha com a aceitação da Turquia na União Europeia. A Austrália apesar de não pertencer à NATO esteve presente e, como sempre colaborante.
Quais são actualmente as outras partes beligerantes no cenário deste globo único chamado Terra: (China ou Índia?). Quanto ao Médio Oriente, entre israelitas, Irão e palestinianos é para esquecer, é um conflito que parece não ter acordo nem fim. Se Bush tivesse continuado no poder, o receio do mundo quanto ao Irão era premente. O Irão e a Coreia do Norte são, de momento, as maiores preocupações dos Estados Unidos e dos países aliados da OTAN.
Porta aviões USA na Coreia do Sul
Na África Subsariana, Angola e Moçambique são referidos como focos de plataforma e distribuição de tráfego de estupefacientes, devido à sua incapacidade de controlo policial terrestre e marítimo. 
Quanto à administração Americana, Obama trouxe alguma tranquilidade à gente. Veremos o que é que o mundo nos reserva na saída desta primeira década do Século XXI e a entrada na segunda década que vem já de seguida.
O QUE FICA DE TUDO ISTO É A ESPERANÇA!
  E foi assim desde o princípio
Parece que esta década do século XXI vai acabar mal. Depois da Cimeira da Nato e dos acordos estabelecidos de parceria com os Estados Unidos as Coreias estão em conflito armado e já houve troca mútua de agressões bélicas. Os Estados Unidos estão e reforçar o seu contingente militar na Coreia do Sul. A China permanece silenciosa e esperemos que assim continue.

sexta-feira, novembro 19

OS HOMENS NÃO SE MEDEM AOS PALMOS


Estas “coisas” às vezes surgem na memória das recordações.
Vou contar uma história verdadeira e surpreendente porque a mim também me surpreendeu.
No tempo em que os Tribunais funcionavam e eram respeitados: 
Há uns anos quando eu trabalhava na Delegação da Procuradoria, hoje só Procuradoria, tinha dois dias da semana, segundas e quintas de manhã para os exames médicos forenses. O médico contratado ia ao Tribunal avaliar a gravidade dos ferimentos apresentados pelos queixosos, ditava o seu parecer e, a partir daí e doutros exames, se necessário, é que o processo de ofensas corporais era posteriormente classificado para julgamento.
Recuando no tempo é preciso rebuscar a história pare melhor explanação.

Havia sempre aqueles clientes habituais das segundas-feiras devido às zaragatas dos Sábados e Domingos e, quase sempre, quando havia futebol, duplicava a clientela.
Um tal de alcunha Zé Grande, que não sei se já morreu, indivíduo com cerca de dois metros e e mais algum, zaragateiro, forte que nem um boi, lá fazia aparecer habitualmente os seus queixosos, examinandos, vítimas das suas agressões. A posteriori lá ia ele prestar declarações e tentar, zombeteiro, esclarecer o motivo da zaragata que nunca resultava nele qualquer tipo de ferimento devido à sua força e altura.
Estes “l'habitude” iam estabelecendo com o Tribunal uma certa interacção de frequência de tal ordem que, se não apareciam já se estranhava.
Até que um dia, obviamente, a uma segunda-feira de manhã, depois de um Domingo de futebol o Zé Grande aparece com a cara e parte da cabeça ligada e engessada. Sem poder falar porque com um murro alguém lhe tinha fracturado o maxilar inferior. Minha Surpresa, o Zé Grande tinha que escrever à mão para eu poder transcrever nos autos as suas declarações. Escreveu ele: “Levei um murro que parecia um coice dum cavalo e só acordei no hospital”. Espera lá, pensei eu, o agressor deve ser um tipo à tua altura, medida e força para de deixar assim nesse estado. Pensei e disse-lhe porque a confiança já era relativa. 
Esperou pelo médico foi sujeito ao exame que requeria a cura e radiografias e foi embora. Eu é que fiquei com curiosidade de conhecer o “Bulldozer” que tinha “atropelado” e quebrado o queixo do Zé Grande, gigante por certo e, por isso, não perdi tempo em chamar o agressor a declarações.
Pensado e feito.
Passada uma semana após a ocorrência, que era o mínimo de tempo que havia para emitir um aviso de chegar a ser efectivo e o processo do Zé Grande ficou na prateleira em evidência, separado dos restantes, com a data marcada para as declarações do arguido, o tal suposto “gigante”.
Até que chegou o dia. Pelas dez horas deixei a porta aberta para ver entrar o tal que derrubou o Zé Grande e o colocou "KO" no hospital.
Aparecer apareceu só que era um indivíduo magro e com cerca de um metro e meio, mas, pelo já visto eficiente nas circunstancias ocorridas.
Comentava eu depois a um colega: “Como é que aquele gajo conseguiu chegar lá acima?” Vai daí, se calhar com um escadote, retorquia.   
Em declarações posteriores testemunhais e do próprio queixoso foi esclarecido que o agressor dava grandes saltos e tinha uma força fora do comum. Pequenino mas com muita força. O certo é que a partir daí o Zé Grande deixou de brigar e de aparecer. Para grandes males, grandes remédios.
Pode-se daqui concluir algo que justifique esta explanação? Pode! As aparências iludem.
Moral da história: nunca avalies o teu adversário pelo aspecto porque pode surgir daí uma grande surpresa.
 VIDEO:  A LIÇÃO DOS INGLESES.


quinta-feira, novembro 18

ORIGEM EXTRATERRESTRE


Por momentos convido-vos a esquecer tudo o que aprendemos e nos ensinaram até agora nas escolas, partindo da premissa que podemos estar errados. Analisando a partir da proto-história, continuando pela história, incluindo as religiões, as filosofias, vamos abordar o assunto da nossa origem noutra perspectiva actual mas, porventura, enigmática:
Se começarmos pela pré-história, no paleolítico, quando o homem troglodita de Neardenthal se encontrou com o homem de Cro-Magnon e viveram em comum vários milhares de anos, deparamos com o desaparecimento repentino dos neardenthalensis. Mas donde e como surgiu o homo sapiens, em tão curto espaço-tempo?! Até hoje ainda ninguém encontrou o verdadeiro elo de ligação do homo sapiens-sapiens originário, ou seja, do Cro-Magnon com os seus ditos antepassados hominídeos "macacóides", segundo o princípio da teoria da evolução de Darwin, ao contrário de todos os outros animais, cujos elos de ligação se encontram devidamente catalogados. Origem teórica do humano malograda e posta em dúvida pela actual ciência genética mitocondrial, ao afirmar que, mesmo se ambas as “espécies” (neardenthal e cro-magnon) se tivessem miscigenado nunca os seus descendentes se poderiam reproduzir. O homo sapiens surgiu repentinamente, do nada, triunfou e evoluiu até aos nossos dias sem se conhecer a sua origem em termos de ciências exactas. Esta continua a ser a grande incógnita, como a demanda do Santo Graal, que dá motivo, como esta, a dadas especulações. Seriam os Deuses astronautas, progenitores e criadores do homo sapiens?
Vamos analisar as grandes civilizações da antiguidade: os sumérios, os babilónios, os egípcios, os gregos e os romanos; os maias e os astecas. Começando pelos sumérios tinham conhecimentos astronómicos que ainda hoje nos surpreendem; os babilónios com a sua escrita cuneiforme fonética que herdaram e melhoraram dos sumérios, a escultura, a arte e a arquitectura; os egípcios com tudo isso e com a construção das pirâmides que são ainda diga-se, uma incógnita, um mistério de engenharia; os gregos com a sua organização democrática, filosófica e essencialmente cultural, arquitectural, acrescentando a informação de Platão da existência espacial nunca desacreditada da Atlântida; os romanos que herdaram e absorveram toda a cultura grega mas expandiram o seu poderoso império para além da bacia mediterrânica por quase um milénio, assentes em técnicas militares e administrativas surpreendentes. No outro lado do Atlântico os conhecimentos astronómicos, o calendário dos maias e dos astecas. Depois subitamente o click e tudo pára. Todos estes conhecimentos tecnológicos foram interrompidos, ocultos, furtados à humanidade por mil anos de obscurantismo inquisitorial, na idade média até ainda ao surgimento e para além da idade moderna. Hoje o ser humano está prestes de atingir outra etapa tecnológica, a iniciar-se no espaço cósmico e daqui por meio século ou pouco mais já poderá estar noutros mundos a colonizá-los. Terá sido por acaso que tanto a Rússia como a América, rivais na guerra fria, tenham criado gabinetes ultra secretos para estudarem o problema dos surgimentos dos objectos voadores não identificados? E o mistério de Tanguska ? que no fim de Junho de 1908, uma bola de fogo explodiu por cima das remotas florestas russas de Tunguska, Sibéria, arrasando mais de 2000 quilómetros quadrados de árvores. Para não falar nos fenómenos extra-sensoriais, paranormais, em estudo. A mente humana vai muito além do que se imagina.      
Se pusermos tudo isto e muito mais em questão resta-nos de facto interrogar: O homem é um ser de origem extraterrestre, independentemente de um conceito universal criacionista?
http://www.youtube.com/watch?v=HQdu8VnTXcY&feature=related

NASA ANUNCIA VIDA EXTRATERRESTRE

sexta-feira, novembro 12

ODESSA - Organisation der ehemaligen SS-Angehörigen


Organisation
Der
Ehemaligen
SS
Angehörigen

"Organização de antigos membros da SS"

 ODESSA, em alemão "Organisation der Ehemaligen SS-Angehörigen", que significa "Organização de antigos membros da SS" é o nome dado ao grupo nazi formado em 1946, após a Segunda Guerra Mundial por ex-membros da Schutzstaffel, para prevenir a sua perseguição por crimes de guerra.

A Igreja Católica a Cruz Vermelha Internacional e os militares americanos, em cumplicidade participaram na fuga de oficiais, generais e lideres políticos nazis para países da América Latina: Paraguai, Chile, Brasil, Argentina e outros destinos incluindo os Estados Unidos e talvez o Canadá e o Médio Oriente. Foi identificado um funcionário do Vaticano cúmplice nessa iniciação, o bispo Aloïs Hudal que no seu livro de 1937 “The Foundations of National Socialism” elogiou Adolf Hitler e a sua política, atacando indirectamente as políticas do Vaticano. Após a Segunda Guerra Mundial, tornou-se um infame impenitente para a denominada Ratlines "trilha dos ratos", ajudando a estabelecer e permitindo que proeminentes nazis alemães, entre eles criminosos de guerra, escapassem à captura dos Aliados, mais precisamente da União Soviética que foi a primeira a invadir Berlim e a encontrar os cadáveres de Hitler e Eva Braun, cujo facto foi escondido por Stalin e pela KGB dando, por isso causa a grandes especulações sobre o morte de Hitler, cujo cadáver, veio a saber-se depois da queda do Muro de Berlim, que estava enterrado no chão da sede de Moscovo da polícia secreta russa da KGB "Komitet gosudarstveno bezopasnosti", não menos nefasta que a Gestapo Alemã.

Havia duas rotas principais de fuga "ratlines": a primeira era da Alemanha para a Espanha, seguindo para a Argentina; a segunda da Alemanha a Roma, para Génova, em seguida, América do Sul. Estas duas vias desenvolvidas de forma independente uniram-se depois em constante colaboração também através da Suíça neutral para Roma.
Já em 1942, Monsenhor Luigi Maglione tinha contactado o Embaixador Llobet, indagando sobre a vontade do governo da Argentina em aplicar a sua lei de imigração com a devida generosidade, a fim de incentivar o momento oportuno para “católicos imigrantes europeus procurarem refugio”. Mais tarde, um padre alemão, Anton Weber, chefe da sede em Roma da Sociedade de São Rafael, viajou para Portugal, para lançar as bases para a imigração e fuga de nazis para a Argentina. Segundo o historiador Michael Phayer, essa foi a origem inocente do que viria a ser a trilha dos ratos do Vaticano. De Espanha, para Roma, foi o primeiro centro da actividade da trilha que facilitou a fuga de nazis, embora o próprio êxodo tenha sido planeado dentro do próprio Vaticano.  Charles Lescat, um católico francês membro da “Action Française”, uma organização reprimida pelo Papa Pio XI  mas depois reabilitada pelo Papa Pio XII e Pierre Daye, um belga com contactos no governo espanhol, estavam entre os principais organizadores. Lescat e Daye foram os primeiros a fugir da Europa, com a ajuda do cardeal francês Eugene Tisserant e o cardeal argentino Antonio Caggiano.

Em 1946, havia provavelmente centenas de criminosos de guerra em Espanha e milhares de ex-nazis.

É conhecido no nosso tempo o conflito judaico com os Bancos Suíços que são detentores de contas secretas Nazis e do tesouro do Terceiro Reich nunca encontrado bem como as análises químicas ao ouro para detectar a quantidade de chumbo e mercúrio supostamente proveniente de dentes retirados aos prisioneiros judeus cremados nos campos de extermínio.
Era suposto que toda essa fortuna fosse empregue, na clandestinidade, em prol da fundação do IV Reich a ressurgir nos países de acolhimento, porém, alguns movimentos neonazis foram gorados devido à actividade constante e persistente de pessoas sobreviventes ao holocausto dos campos de extermínio:

Há uma lista infindável de ex-oficiais nazis refugiados na América Latina, maioria supostamente já falecida, porém só se mencionam, a seguir, os que foram mais conhecidos:


Nikolaus' Klaus Barbei, conhecido como o Carniceiro de Lyon, identificado na Bolívia em 1971 pelos Klarsfelds (caçadores de nazis). Barbei vivia sob o pseudónimo de Klaus Altmann. Somente em 19 de Janeiro de 1983 foi extraditado para França pelo governo recém-eleito de Hernán Siles Zuazo.

Otto Adolf Eichmann, referido como "o arquitecto do Holocausto". Após a guerra , fugiu para a Argentina com um passaporte emitido pela Cruz Vermelha Internacional, onde viveu sob falsa identidade de trabalho na Mercedes-Benz até 1960. Foi capturado por agentes da Mossad na Argentina e sequestrado para Israel onde foi julgado por 15 acusações criminais, incluindo crimes contra a humanidade e crimes de guerra . Foi considerado culpado e executado por enforcamento em 1962. Foi o único a ser executado em Israel sob condenação de um tribunal civil.

Erich Priebke, foi responsável por execuções em Itália. Depois da derrota da Alemanha, ele teve ajuda para fugir para a Argentina onde viveu por mais de 50 anos.
Walter Rauff, refugiado no Chile;
Eduard Roschmann, conhecido como o "carniceiro de Riga" refugiado na Argentina,
Paul Schäfer Schneider, refugiado no Chile;
Franz Stangl, refugiado no Brasil, foi julgado pela morte de cerca de 900.000 pessoas; morreu de insuficiência cardíaca em Dusseldorf, na prisão, em 28 de Junho de 1971.
Gustav Franz Wagner, comandante do campo de extermínio de Sobibor, na Polónia, refugiado no Brasil, encontrado morto com uma faca no peito em S. Paulo.

segunda-feira, novembro 1

EDUCAÇÃO NAS ESCOLAS


Assegurar a Educação para a Cidadania Global como uma componente do currículo de natureza transversal, a desenvolver em todas as áreas curriculares disciplinares e não disciplinares, ao longo de todos os ciclos de ensino, é uma das principais recomendações apresentadas no documento “Objectivos estratégicos e recomendações para um plano de acção de Educação para a Cidadania”, elaborado pela comissão de redacção do Fórum Educação para a Cidadania.
No âmbito do núcleo de reflexão Problemática da Cidadania na Escola, integrado no Fórum, as recomendações apontam para a identificação de um núcleo de competências essenciais a desenvolver transversalmente em todo o currículo, tendo em conta três eixos fundamentais: postura cívica individual, relacionamento interpessoal e relacionamento social e intercultural.
A adopção de um referencial pedagógico que inclua conteúdos concretos e constitua orientação geral para a área de Formação Cívica é outra das recomendações inseridas no documento, que salienta a importância da abordagem de temáticas relevantes na sociedade contemporânea, nomeadamente das que incidem sobre o consumo responsável, a segurança humana e os média.
Defende-se, igualmente, a abordagem de questões relacionadas com a Educação para a Cidadania Global na Área de Projecto, na medida em que esta área curricular não disciplinar favorece a articulação dos saberes de diversas áreas curriculares, quer ao nível da reflexão sobre os direitos humanos, quer no que respeita às questões emergentes na sociedade actual.
Para que a escola se assuma enquanto espaço privilegiado de exercício da cidadania, salienta-se a importância das vivências de cidadania, consubstanciadas na identificação das falhas no funcionamento do estabelecimento de ensino e no desenvolvimento de processos partilhados de resolução que permitam ultrapassá-las, com benefício para toda a comunidade educativa.
Neste sentido, as escolas devem conceber os seus projectos educativos como projectos de cidadania global, que impliquem vivências de exercício da cidadania nos diferentes espaços curriculares, disciplinares e não disciplinares, bem como nos contextos extracurriculares e não formais.
A formação inicial e contínua de professores e de outros grupos de profissionais e de agentes educativos, direccionada para a aquisição de competências para trabalhar a Educação para a Cidadania Global na escola, é considerada essencial para garantir a transversalidade da dimensão da cidadania nos conteúdos programáticos, nas metodologias e nas atitudes, em todas as situações vividas nos estabelecimentos de ensino.
Nomeadamente para a abordagem dos diversos conteúdos temáticos da Educação para a Cidadania Global, a desenvolver na área de Formação Cívica, deve ser assegurada formação específica de docentes que lhes confira habilitação adequada para o efeito.
A concepção, a adaptação, o desenvolvimento e a difusão de recursos e de materiais, destinados aos diversos ciclos de ensino, são valorizados no referido documento para servir de apoio ao trabalho de professores e de alunos.
Retirado do Portal da Educação.

DILMA E A VIRAGEM DO MUNDO

A VIRAGEM HISTÓRICA DO MUNDO CONTEMPORÂNEO COMEÇOU NO BRASIL NO FIM DA PRIMEIRA DÉCADA DO SÉCULO XXI.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dilma_Rousseff

sábado, outubro 30

A CONFIGURAÇÃO ACTUAL DO MUNDO


A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, em russo: Союз Советских Социалистических Республик - CCCP, também conhecida por União Soviética ou simplesmente URSS, foi um país de proporções continentais declaradamente socialista que existiu na Eurásia de 1922 a 1991.
Emergindo do Império Russo, após a Revolução Russa de 1917 e da Guerra Civil Russa (1918–1921), a URSS foi uma nação constituída por várias repúblicas soviéticas, porém a sinédoque Rússia, após a República Socialista Federativa Soviética da Rússia, é o maior estado constituinte. Os limites geográficos da União Soviética variaram com o tempo, porém após as últimas maiores anexações territoriais dos países bálticos do leste, da Polónia e da Bessarábia, território que se distribui entre a Moldávia e a Ucrânia e alguns outros territórios, durante a Segunda Guerra Mundial (1939/1945) até à sua dissolução, as suas fronteiras, aproximadamente, correspondem às do Império Russo, com exclusões da Polónia e da Finlândia.
Como o maior e mais antigo Estado constitucionalmente socialista em existência, a União Soviética tornou-se o modelo primário para futuras nações socialistas durante a Guerra Fria; o governo e a organização política do país foram definidos pelo único partido político, o Partido Comunista da União Soviética.
De 1945 até à sua dissolução em 1991, período conhecido como Guerra Fria, a União Soviética e os Estados Unidos da América foram as únicas duas superpotências mundiais que dominavam a agenda global da política económica, assuntos externos, operações militares, intercâmbios culturais, avanços científicos, incluindo o pioneirismo na exploração espacial, desportos, incluindo os Jogos Olímpicos e vários outros campeonatos mundiais.
A União Soviética, durante a Guerra Fria, tinha criado um poderoso bloco socialista que se estendia da Europa Oriental até à América, passando pelo Extremo Oriente, Sudeste Asiático, Médio Oriente e pela África. Esse bloco era a área de influência directa soviética e submetia-se aos comandos económicos, políticos e militares de Moscovo.

Inicialmente criada como a união de quatro Repúblicas Soviéticas Socialistas, a URSS cresceu até chegar a conter 15 Repúblicas Unidas em 1956: Arménia, Azerbaijão, Bielorrússia, Cazaquistão, Estónia, Geórgia, Letónia, Lituânia, Moldávia, Quirguistão, Rússia, Tajiquistão, Turquemenistão, Ucrânia e Usbequistão. A Federação Russa é o Estado sucessor para a URSS, União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. A Rússia é o principal membro da Comunidade dos Estados Independentes e um reconhecido poder global, beneficiando dos seus emigrantes no estrangeiro e da sua força militar herdada da antiga União Soviética.
O Pacto de Varsóvia ou Tratado de Varsóvia foi uma aliança militar formada em 14 de Maio de 1955 pelos países socialistas do Leste Europeu e pela União Soviética, países estes que também ficaram conhecidos como bloco socialista. O tratado correspondente foi firmado na capital da Polónia, Varsóvia, e estabeleceu o alinhamento dos países-membros com Moscovo, estabelecendo um compromisso de ajuda mútua em caso de agressões militares.

O Pacto de Varsóvia foi instituído em contraponto à NATO ou OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte, uma organização internacional de colaboração militar estabelecida em 1949 em suporte do Tratado do Atlântico Norte assinado em Washington a 4 de Abril de 1949, que uniu os países da Europa Ocidental e os Estados Unidos para prevenção e defesa dos países-membros contra eventuais ataques vindos do Leste Europeu, por vezes chamada Aliança Atlântica,

Durante a "Guerra Fria", várias vezes o mundo esteve à beira do terceiro conflito global.

Os países que fizeram parte do Pacto de Varsóvia eram alguns nos quais foram instituídos governos socialistas pela URSS, após a Segunda Guerra Mundial. União Soviética,  Alemanha Oriental, Bulgária, Hungria, Polónia, Checoslováquia, Roménia e Albânia que foram os países membros, sendo que a estrutura militar seguia as directrizes soviéticas. A Jugoslávia, por oposição do Marechal Tito, recusou-se a ingressar no bloco. Porém, as principais acções do Pacto foram dentro dos países-membros para a repressão de revoltas internas. Em 1956, tropas russas reprimiram manifestações populares na Hungria e na Polónia, e em 1968, na Checoslováquia, na chamada Primavera de Praga.
As mudanças no cenário geopolítico da Europa Oriental no final da década de 1980, com a queda dos governos socialistas, o fim do Muro de Berlim, o fim da Guerra Fria e a crise na URSS levaram à extinção do Pacto de Varsóvia em 31 de Março de 1991. O fim do Pacto de Varsóvia representou, também, o fim da Guerra Fria.
Seis anos depois, a NATO convidou a República Checa,  Hungria e Polónia a ingressarem na organização, demonstrando uma nova configuração das forças militares na Europa pós guerra fria.