sexta-feira, junho 25

OS CELTAS


Procediam originariamente da Ásia e formaram o tronco (como membro do povo indo germânico), que se estabeleceu no ocidente da Europa, no século XX a.C. (20 000 anos a.C.) e habitaram o centro e norte da Europa. No ano 1000 a.C., estenderam-se pelas Ilhas Britânicas, norte de Franca, parte da Suíça e norte de Itália. Invadiram a Espanha no século IX a.C.. A sua língua era indo-europeia, da qual se conservam ainda escassos registos literários.
Os de etnia do Norte chegaram à Península Ibérica, primeiro em 900 a.C. e depois em 600 d.C. (segunda invasão).
Povos guerreiros que dominaram grande parte da Europa por quatro séculos, os celtas, na Ibéria, são, provavelmente, originários do sudoeste da Alemanha. Segundo Pausânias e César, o nome de celtas era o que a si próprios davam os gauleses chamados “Galli” pelos romanos. Os antigos chamavam celtas ao conjunto de povos que habitavam a Europa Central, desde o Oceano até o mar Negro.
Após terem invadido a França, a Suíça e as ilhas Britânicas, saquearam Roma em 390 a.C. Mais tarde, ocuparam a Espanha e, dominando as regiões vencidas, dirigiram-se para o Oriente e atingiram a Ásia Menor, onde fundaram o reino chamado Galácia. Alcançaram o auge do seu poder por volta do ano 250 a.C.
Como estavam organizados apenas em unidades tribais (onde os chefes guerreiros subjugavam a população camponesa), sem contar com uma unidade política central, os celtas acabaram sofrendo os efeitos da sua própria expansão territorial e desmembraram-se em vários grupos. A maioria dos que habitavam o continente europeu foi dominada pelos romanos e germanos. Os das ilhas britânicas, que não sofreram pressões tão violentas, puderam conservar os seus próprios idiomas. Ali subsistem ainda o gaélico, falado em certas partes da Irlanda e da Escócia, e o galês, idioma do País de Gales.
                Os celtas ocuparam, na Ibéria, a região ao norte do rio Ebro.

No centro da península, a mistura destes dois grupos criaram outro, os celtiberos. Os celtas tinham olhos azuis e pele morena. Os celtiberos eram hospitaleiros, arrogantes, ferozes guerreiros, e apaixonados por uma liberdade absoluta.
A cultura celta é a história de um grupo de nações que amaram a vida acima de tudo. É a crónica entre a magia e a mitologia, entre o épico e singular de uma gente vital e orgulhosa.
Os Celtas tinham calendário próprio que estava de acordo com os ciclos naturais. Tinham uma língua escrita secreta e desconhecida.
As suas vidas, no dia-a-dia, estavam muito ligadas e condicionadas ao culto dos seus antepassados e conviviam com as suas presenças permanentes acreditando numa vida terrena após a morte.
Viviam agrupados em clãs, com estritos códigos de honra.
Praticavam a poliandria e a adopção. Estavam assessorados por magos e políticos que eram os druidas. Iam nus para as batalhas e tinham um desprezo absoluto pela morte. Apesar de tudo, foram vencidos e caíram no esquecimento.
Os romanos são os primeiros que contam as suas histórias, por vezes cómicas, ocasionalmente fantásticas, mas sempre descritas com uma realidade heróica que contrastava com o sentimento imperante na época, descobrindo a magia e o mistério de uma cultura desaparecida há séculos mas cujas tradições, arte e filosofia perduraram, em grande parte, até à nossa sociedade actual.
Os Celtas dominaram a Europa Central e Ocidental por milhares de anos. Mas só mais recentemente influenciaram a Europa no seu desenvolvimento, a nível cultural, linguístico e artístico. Como grupo e etnia, há muito que desapareceram, excepto na Irlanda e nas Terras Altas da Escócia.  
Os Celtas transmitiram a sua cultura oralmente, nunca escrevendo a sua história ou os seus factos. Isto explica a extrema falta de conhecimento quanto aos seus contactos com as civilizações clássicas da Grécia e de Roma.
Os Celtas eram na generalidade bem instruídos, particularmente no que diz respeito à religião, filosofia, geografia e astronomia. Era frequente, os Romanos escolherem tutores Celtas para educar os seus filhos. A bravura dos Celtas em batalha é lendária. O papel dos homens e mulheres na sociedade Celta eram iguais; a igualdade de cargos e desempenhos eram considerados iguais em termos de sexo. As mulheres tinham uma condição social igual à dos homens sendo muitas vezes excelentes guerreiras, mercadoras e governantes.

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